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UTI Neonatal e Centro Obstétrico do Husm seguem superlotados

Dandara Flores Aranguiz

Foto: Charles Guerra (Diário)

Após anunciar, na sexta-feira, o fechamento temporário da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e a suspensão do atendimento às gestantes de baixo risco devido à superlotação do Centro Obstétrico (CO), o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) ainda sofre com o problema. Nesta segunda-feira, de acordo com o hospital, ainda havia 17 pacientes internadas no CO e 12 na UTI Neonatal, ambos com capacidade para 10 leitos cada. As visitas da UTI também estão suspensas.  

- A UTI Neonatal tem que ter sempre leito vago, porque nós somos referência em gestantes de alto risco. Significa que aquele bebê corre perigo e, se nascer, tem que ter um leito. Os locais que deveriam exercer a função para baixo risco e risco habitual não fazem. A gestante, quando não está se sentindo bem, vem para cá. Nós não temos a retaguarda de apoio, não temos o serviço secundário funcionando decentemente, como institui a política do SUS - relatou o médico Humberto Moreira Palma, chefe substituto da Divisão Médica do Husm.

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O Husm, no entanto, segue fazendo partos. Nos casos de alto risco, o hospital deverá encaminhar a gestante para o serviço de regulação do Estado, que definirá uma UTI neonatal para a internação. Segundo o coordenador regional de Saúde, Roberto Schorn, como não há outra unidade neonatal em Santa Maria, as gestantes terão de entrar na fila da Central de Leitos do Estado para ser levadas para outro município onde houver vaga.

- Superlotação virou rotina em todos os setores do hospital, pois a região manda pacientes para cá. O Estado tem que fazer a parte dele. São duas preocupações: a saúde dos pacientes e a saúde dos funcionários. O estresse, o desgaste aumenta individualmente para o profissional, mas, coletivamente, também. Temos dificuldades e não temos ajuda externa. A rede de saúde está quebrada, essa é a verdade. O Estado fez opções erradas de saúde - comentou Palma.

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Mesmo reconhecendo o fato de que, na última quarta-feira, um recém-nascido teria caído no chão e batido a cabeça ao nascer, o Husm atesta que o fato não teria relação direta com o fechamento da UTI Neonatal.   

- Não tem relação, porque se não tivesse ocorrido (a queda do bebê), a gente ia ter que fechar igual. Não é porque caiu ou não caiu. Eu vou ter que fechar porque eu não vou ter onde botar paciente. A relação da superlotação da UTI Neonatal não tem nada a ver com esse fato. O que está acontecendo, e isso não é só na obstetrícia, é que a superlotação do hospital gera na equipe sobrecarga. É muita gente para poucos funcionários - explica o médico Humberto Palma.

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O Husm informou, ainda na sexta-feira, que já comunicou o fato à Superintendência do hospital e que foi aberta uma sindicância interna para apurar as circunstâncias em que o fato aconteceu. O estado de saúde do bebê é estável, segundo o hospital.

- Tem várias alternativas administrativas para se seguir. Vamos saber primeiro como aconteceu. A história que nós temos é compatível com o que pode ter acontecido, pela gestante ser uma multípara (mulher que já teve mais de um filho), mas a gente quer saber, de fato, o que aconteceu, onde ela estava, se foi com um médico, com uma enfermeira ou com a equipe toda. Mas, como chegou o assunto extraoficialmente, a gente já pediu esclarecimentos, pois a gente tem que dar segurança aos pacientes, pois eles precisam estar seguros emocionalmente, tem que ter confiança e segurança na equipe - comenta. 

O Diário tentou contato, pela manhã e na tarde de hoje, com a direção do Hospital Casa de Saúde, que também atende gestantes de baixa complexidade, mas não obteve retorno sobre a atual situação da maternidade e pediatria da instituição. Segundo Schorn, o setor de obstetrícia da Casa de Saúde está funcionando normalmente, mas o hospital sofre com a falta de pediatras em alguns horários. 

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